domingo, 27 de março de 2016

Pessoas mais que especiais - Christy Brown

Acabei de assistir o filme "Meu Pé Esquerdo" que conta a vida de Christy Brown é envolvente e nos faz pensar muita coisa... 
Nos faz pensar na força que uma família tem na vida de uma pessoa, seja ela portadora de necessidades ou não.
Nos faz pensar na diferença que faz na nossa vida o amor incondicional. 
E principalmente nos faz pensar em quantas barreiras nós temos que superar para sermos nós mesmos em nossa essência, para que possamos mostrar para o mundo a nossa voz, o nosso "eu" mais verdadeiro.
Christy superou muitas... poderia ter ficado ali na prisão de suas limitações, mas encontrou o caminho para se revelar. Se tornou escritor e pintor e através dessas ferramentas passou o seu recado, mostrou o seu íntimo, viveu o seu propósito, pois o propósito primário de qualquer pessoa é ser você mesmo.

Durante o filme ele revela que um poema o impulsionou fortemente a enfrentar seus desafios e seguir a diante em busca de sua realização:

Ser ou não Ser

Hamlet: Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer? Morrer — dormir, nada mais; e dizer que pelo sono se findam as dores, como os mil abalos inerentes à carne — é a conclusão que devemos buscar. Morrer — dormir; dormir, talvez sonhar — eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono de morte, uma vez livres deste invólucro mortal, fazem cismar. Esse é o motivo que prolonga a desdita desta vida. 


William Shakespeare, in "Hamlet"

Eu já havia assistido esse filme quando era adolescente, mas havia enxergado apenas a mensagem mais imediata de que "pessoas portadoras de necessidades especiais podem vencer suas deficiências e surpreender dependendo do estímulo e do amor", agora, muitos anos depois, percebo uma mensagem muito mais profunda... "todos temos nossas limitações e podemos dormir tentando escapar de nossos desejos e aspirações ou podemos usar as armas que temos e vencer os obstáculos que nos rodeiam e que testam nossa real força e valor".
Christy Brown foi muito mais do que um pintor e um escritor, ele foi um vencedor - Combateu o bom combate, terminou a corrida, guardou a fé. 



sábado, 19 de março de 2016

Microcefalia - o quês e por quês



Ultimamente muito se tem falado sobre Microcefalia, mas afinal o que é, o que acontece? o que fazer? e por que acontece?

O que é?

É quando o cérebro não se desenvolve totalmente porque a cabeça é menor do que o necessário para que isso aconteça.
São considerados casos suspeitos de microcefalia queles em que o perímetro cefálico é igual ou inferior a 31,9 cm para meninos e 31,5 cm ou menos para meninas, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O que acontece?

Tudo vai depender do quanto o cérebro consegue desenvolver e de que partes serão desenvolvidas.

As principais consequências são:
- Atraso mental;
- Déficit intelectual;
- Paralisia;
- Convulsões;
- Autismo;
- Rigidez dos músculos;
- Atraso nas funções da fala e motoras;
- Dificuldades de equilíbrio e coordenação;
- Hiperatividade.

Mas também pode acontecer de não impedir o desenvolvimento do aprendizado.



O que fazer?
Não há uma cura, mas há sim medidas para reduzir os sintomas da doença, através de tratamentos com Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos e muitos outros que ajudam a desenvolver o cérebro. Ainda conhecemos muito pouco sobre a capacidade de se regenerar do cérebro e toda ajuda pode fazer a diferença.

Por que?

  • Malformações do sistema nervoso central
  • Diminuição do oxigênio para o cérebro fetal: algumas complicações na gravidez ou parto podem diminuir a oxigenação para o cérebro do bebê
  • Exposição a drogas, álcool e certos produtos químicos na gravidez
  • Desnutrição grave na gestação
  • Fenilcetonúria materna
  • Rubéola congênita na gravidez
  • Toxoplasmose congênita na gravidez
  • Infecção congênita por citomegalovírus.
Doenças genéticas que causam a microcefalia podem ser as Síndromes de: Down, Cornelia de Lange, Cri du Chat, Rubinstein - Taybi, Seckel, Smith-Lemli-Opitz, Edwards.

Agora o Ministério da Saúde confirmou recentemente a relação entre o Zika Vírus e o surto de casos de Microcefalia no nordeste do país em 2015. 
O Ministério da Saúde confirmou recentemente a relação entre o Zica Virus e o surto de casos de microcefalia no nordeste do país em 2015. A febre zika, ou simplesmente zika vírus, é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, mesmo transmissor da dengue e da febre chikungunhya. Por se tratar de algo novo, não descrito anteriormente na literatura médica, ainda não se sabe exatamente como funciona a relação entre os problemas.
De acordo com o Ministério da Saúde, as investigações sobre microcefalia e o Zika vírus devem continuar para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco está associado aos primeiros três meses de gravidez.
Mas de tudo o que vi o que realmente me surpreendeu e que temos que ter em mente é que a Microcefalia é uma Síndrome que pode realmente dificultar muito a vida da criança, mas as dificuldades algumas vezes podem ser superadas e nos trazer histórias de sucesso, felicidade e superação como a da Ana que vou compartilhar com vocês o link para que leiam... é muito bom de se conhecer:


quarta-feira, 9 de março de 2016

Cachorrinhos? Sim!!! Mas Terapeutas também!!!

Cães são maravilhosos isso é indiscutível...
Cães são terapêuticos na nossa vida, quem já não ouviu a história de um cãozinho que fez uma pessoa voltar a ser feliz?
Mas cachorros que são terapeutas... que levam amor e recuperação à pessoas que estão em hospitais, em asilos ou em entidades especiais... isso é demais, não é?
Vamos conhecer hoje a Cão Terapeuta, uma ONG que leva esse amor entre nós e os cães muito à sério e que têm mudado a vida de muita gente.

Criado por Alexandre Rossi em 1998, com o objetivo de contribuir para a melhora de pessoas debilitadas ou com necessidades especiais, o Cão Terapeuta foi – até 2013 – um projeto social da Cão Cidadão e levou alegria para muita gente!
Em junho de 2013, o projeto se tornou uma ONG, para melhor atender as necessidades dos assistidos. É, atualmente, uma instituição independente e conta com o apoio de empresas especiais.
"Hoje, realiza visitas semanais, quinzenais, mensais e esporádicas a instituições que cuidam de crianças, adultos e idosos enfermos ou portadores de deficiência física e/ou intelectual, e problemas mentais.
O Instituto conta com 54 cães terapeutas e seus donos voluntários, 10 voluntários sem cães e 24 adestradores, que têm a responsabilidade de cuidar da saúde e do comportamento dos cães terapeutas."
(retirado do site: http://www.caoterapeuta.com/home/o-instituto/o-que-e-e-como-funciona/)

Eu entrevistei a Tatiane Ichitani que é Coordenadora da Cão Terapeuta e ela gentilmente me respondeu algumas perguntas para que a gente possa entender um pouco mais desse trabalho lindo!

Blog Família Especial)   Assisti ao vídeo sobre o trabalho de vocês e me apaixonei de cara, é lindo!!! Queria que você falasse um pouco como é o trabalho do Cão Terapeuta  mais especificamente com pessoas com necessidades especiais:
Tatiane: Nosso objetivo é fazer com que essas pessoas sintam-se acolhidas e vivenciem momentos de afeto com os animais. Assim, conseguimos promover um pouco de qualidade de vida a elas.

Blog Família Especial) Como ocorre a escolha das entidades que vocês atendem?
Tatiane: Nós temos muita demanda! As instituições entram em contato conosco solicitando os atendimentos. Então, de acordo com nossa disponibilidade, realizamos visita técnica para avaliar todos os pontos e verificar se o atendimento é possível. 

Blog Família Especial)   Teve algum paciente que você presenciou a melhora e pode nos contar?
Tatiane: A melhora é relativa. Em alguns casos, temos retorno imediato, por exemplo: a pessoa estava isolada, não queria sair do quarto, mas quando o cão chega, ele motiva a pessoa a sair e se sociabilizar.

Blog Família Especial) Eu acho o trabalho de vocês tão incrível e maravilhoso que fico imaginando o quanto seria importante que ele fosse realizado em vários outros lugares... Vocês orientam outras organizações nesse sentido?
Tatiane: Acho que as organizações estão tomando consciência do trabalho e dos benefícios por causa da maior divulgação que existe hoje.

Blog Família Especial)  Por que você acha que esse trabalho dá retornos tão satisfatórios na melhora do quadro dos pacientes?
Tatiane: Acredito que o principal motivo é a afetividade, o contato.

Blog Família Especial) Vi a galeria de cães terapeutas e cada um é mais fofo que o outro, a partir de que idade eles entram para o programa e ficam até quando?
Tatiane: Podem começar com 1 ano e 6 meses. A idade limite máxima é avaliada individualmente.


Blog Família Especial)  O que acha de uma família que tem uma pessoa com necessidade especial ter um cachorrinho em casa, vocês adestram para ajudar que esse cachorro possa ter um relacionamento ainda melhor com ela?
Tatiane: Nós não temos serviço de adestramento. Adquirir um animal de estimação é uma decisão que precisa ser feita com muito cuidado, pois eles trazem benefícios, sim. Porém, trazem despesas e cuidados (adestramento, alimentação, veterinário, passeios diários etc.) e a família precisa dar conta disso. Caso contrário, acaba virando um problema.

Blog Família Especial) Qual é o cão terapeuta mais antigo no projeto e como ele é?
Tatiane: É o Jorge Osvaldo, um golden retriever sensacional, simpático e lindo!


Assistam a esse vídeo maravilhoso e se apaixonem como eu me apaixonei...


sábado, 5 de março de 2016

Equoterapia - Amigos para sempre!!!

Conheço a Equoterapia há muitos anos, não é uma novidade... mas com certeza é uma unaminidade. É uma terapia que realmente dá resultados, claro não é algo do dia pra noite, nada nesse mundo especial é... mas é linda e vale a pena.
Carolina fez duas vezes. Em nenhuma das duas pudemos ficar por muito tempo para colhermos resultados mais concretos, mas a felicidade dela era visível... Ela realmente ficava feliz!
O vínculo criado entre animais e pessoas sempre promove melhoras incríveis, tanto que tem um outro tipo de terapia que futuramente vou escrever sobre ela que é com cães e é fantástica pela transformação através do amor.
No caso do cavalo além do amor existe o desenvolvimento motor também.
O cavalo é dócil e ágil e através da Equoterapia têm sido responsável pela evolução na reabilitação de pessoas com deficiência em geral. Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina, a técnica apresenta resultados comprovados em ganhos físicos e motores, através de uma abordagem interdisciplinar. As aulas são organizadas em programas que levam em consideração as necessidades e potencialidades de cada pessoa, visando a reabilitação física e/ou mental e através de técnicas pedagógicas aliadas às terapêuticas gera também integração ou reintegração. Os passos do cavalo produzem diversos estímulos corporais positivos nos pacientes, mas a vinculação afetiva dos pacientes com os animais também auxiliam, e muito, nesse desenvolvimento.
Entre os principais benefícios da equoterapia destacam-se a melhora da coordenação motora, o equilíbrio, o ajuste postural, a concentração, o aumento de força e tônus muscular, a estimulação da sensibilidade tátil, visual e auditiva, a estimulação do funcionamento dos órgãos internos, a estimulação da linguagem verbal e corporal o aumento da autoestima, da autoconfiança e do afeto, a socialização e o bem-estar.

Carolzinha em uma de suas primeiras sessões (2000, Florianópolis - Ingleses)


Achei um blog que dá relatos sensacionais sobre o trabalho com a Equoterapia, vale a leitura.
Blog sobre Equoterapia

Existem vários trabalhos com Equoterapia em vários lugares do Brasil, alguns muito caros, outros razoáveis, e em alguns lugares - com sorte - consegue de graça. A segunda vez que Carol fez foi no Rio de Janeiro, em Deodoro. Foi graças à uma grande amiga - Roberta Moz - que me ajudou na época pagando o tratamento. O importante é não desistir.
Carol frequentou a APAE*, nessa época para conseguir que ela tivesse esse tratamento, precisei me mudar para Florianópolis, só nós duas, em uma grande aventura, numa cidade totalmente desconhecida para a gente, mas que se revelou uma das melhores histórias da nossa vida... O negócio é acreditar e ousar!
* APAE de Florianópolis, porque a do Rio de Janeiro em 1996, não atendia Síndrome de West que era a Síndrome principal da Carolina - ela tinha 5 anos na época.